quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O Lobo da Estepe


Arde então em mim um selvagem anseio de sensações fortes, um ardor pela vidas desregradas, baixas bem como um desejo louco de destruir algo, seja um armazém ou uma catedral, ou a mim mesmo, de cometer loucuras temerárias, de arrancar a cabeleira a alguns ídolos venerandos, de entregar a um casal de estudantes rebeldes os ansiados bilhetes de passagem para Hamburgo, de violar uma jovem ou de torcer o pescoço a algum defensor da ordem e da lei. Pois o que eu odiava mais profundamente e maldizia mais, era aquela satisfação, aquela saúde, aquela comodidade, esse otimismo bem cuidado dos cidadãos, essa educação adiposa e saudável do medíocre, do normal, do acomodado.

Um comentário:

Brisas disse...

eu nunca li esse livro do Hesse, mas um amigo uma vez me falou uma passagem que adorei, acho que era: "para os lobos da estepe, para poucos, para raros, deixe sua razão aqui"

segundo ele, é um livro bem bom! ^^

Que triste, quase nada de um interior vazio???!! Como assim??? Quem lê essas coisas e escreve como vc, nao é nada vazio!


Beijos