quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Parabéns para mim.!


tim tirim tirim, tim tirim tirim, tim tirimmmm
My love, lua de lenda, longe, me leva lá

xD




Talvez porque ele conte suas histórias locais com a linguagem dos comuns, os trejeitos, a irreverência que esboça o que só se traduz na cultura popular.
Talvez porque eu tenha as minhas raízes no interior (e o interior nunca saiu de mim) e o burburinho, os cheiros, os sabores e as coisas das nossas províncias me falem profundo.
Talvez porque eu tenha morado em tantos lugares, sem ter sido de nenhum particularmente - aí, a saudade, quando bate, enche o peito e as lembranças das múltiplas esquinas, das gentes, do jeito como se vive "o-de-todo-dia-da-vida-da-gente"...
Talvez porque eu idealize no meu interior, aquele que nunca encontrei, mas continuo buscando. Talvez eu more a tempo demais dentro de mim mesmo, e num desses últimos redutos, sonho assentar definitivamente minha morada.

Parabéns para mim. É meu aniversário então, parabéns... por meus erros e acertos, minhas esperanças e vontades, meus sonhos e pesadelos, minhas indignações e verdades, minha vida e minha história, parabéns então para nós, por que dá minha vida você faz parte.

É isso

sábado, 18 de agosto de 2007

O segredo da minha vida

Eu abandonei a boa educação pela vida, a ela devo muito
Não li sobre atrocidades, eu segurei a faca do assassino
Não ri dos amantes, eu amei e ri e chorei, parti e fui partido
Quando segurei livros eu chorei, porque eu entendia
O que neles estava escrito, quando falam dos cheiros
Eu alimentava meu pensamento de lindas memórias
Quando falava da dor, sentia o no peito a pontada fina.
Eu não sou igual aos distintos senhores com suas línguas
afiadas e com seus conhecimentos vastos, o que eu sei,
repenso a cada dia, a cada dia noto que o que vivenciei
antes não é igual agora, mas isso não muda as coisas, não.
Eu estive lá, e lá sempre estará comigo, e assim vai ser
Amanhã saberei mais que sei menos hoje do que sempre
E compreenderei que o segredo da vida não esta aqui ou ali
Está em isso tudo.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Mr. Karl HardCock nunca teve um orgasmo


Mr. Karl HardCock era um cara legal.

Gostava de seu sobrenome. Gostava do sucesso que fazia com as mulheres. Gostava de vê-las delirando e gemendo sob/sobre ele. Sua vida era feliz.



Mas, um dia, Mr. HardCock conheceu uma menina diferente. Nada anormal não. Só que durante o sexo ela pediu um pouco mais de calma, depois um pouco mais de força, depois um outro ritmo, depois olhou nos olhos dele sem fazer nenhum escândalo e nem gritar "oh, yes", depois fez coisas que Mr HardCock nunca tinha presenciado. Mr HardCock ficou um pouco confuso, mas entrou no clima e foi tentando se habituar aos novos procedimentos. Mr HardCock já logo pensou que seria uma das melhores gozadas de sua vida. Aos poucos Mr HardCock começou a sentir desejos que nunca tinha sentido antes. Mr HardCock teve vontade de sugar a alma da menina pela boca. Mr HardCock teve vontade de fundir-se com ela. Imaginou que seria ótimo se pudessem realizar algum tipo de reação nuclear. Quando a menina puxou-o pela nuca e lhe mordeu o ombro, Mr HardCock lembrou-se de um documentário da Discovery sobre lobos acasalando. Quando a menina pediu - Me bate! - Mr HardCock sentiu-se um carrasco aplicando a sentença mais cruel do mundo. Quando Mr HardCock pediu também - Me bate! - o tapa que levou percorreu desde o abdômem, o local do impacto, até o cérebro com uma lerdeza que ele nunca havia visto antes. Pôde sentir todo o caminho dos impulsos elétricos por dentro do seu corpo. E pôde sentir que a menina parecia saber qual caminho era esse, pois o caminho percorrido por sua língua era idêntico e também elétrico.

Mr HardCock sentiu-se o homem mais poderoso do mundo durante esta transa. Mr HardCock sentiu-se o homem mais vulnerável do mundo durante esta transa. Realmente, esta seria a melhor gozada de sua vida!


O encontro entre Mr HardCock e a menina seguia oferecendo novidades. Não era nada estranho nem pervertido ao extremo. A diferença não estava no que faziam e sim no como faziam. Mr HardCock nunca entendeu o que aquela menina havia despertado nele. Parecia algum tipo de reação química entre os dois. Não era amor, nem nenhuma fantasia romântica. Mas, não podia deixar de sentir que nunca esteve tão próximo de outra pessoa quanto naquele momento. Os pensamentos de Mr HardCock não paravam no lugar.

Mas, não pensem que ele estava desconcentrado. Sabia muito bem o que estava fazendo. A menina também estava vivendo um momento interessante, pelo menos era o que seus olhos diziam, embora de sua boca saíssem alguns xingamentos e outros ruídos ininteligíveis.


E foi então que aconteceu. Mr HardCock sentiu que a ejaculação se aproximava. Bom, na verdade já fazia um tempo que a ejaculação estava aproximando-se, mas essa era a ultima aproximação, aquela que ele sabia que não iria conseguir conter. Mr HardCock avisou a menina. Ela disse apenas - Eu também. Mr HardCock então se liberou para o gran-finale. A menina também. O ritmo tornava-se algo vertiginoso. Mr HardCock assustou-se um pouco quando percebeu que não conseguia mais respirar. Assustou-se um pouco mais quando sentiu uma contração absurda no abdômem, nada que já tivesse sentido antes. Seu coração também se acelerou absurdamente. Ele reconhecia os sinais, mas desta vez parecia tudo extremamente ampliado. Em seguida, deixou de sentir as pernas, o que fez com que desabasse sobre a menina. Ela gemeu e sorriu. Um sopro de ar preencheu seus pulmões. As contrações em seu corpo começavam a diminuir de intensidade. Mr HardCock ficou um pouco preocupado, pensando que não havia ejaculado. Retirou cuidadosamente o pênis de dentro da menina e ao retirar a camisinha percebeu que tudo havia acontecido normalmente, ou pelo menos quase!

Deitaram-se lado a lado. Mr HardCock sentiu, pela primeira vez, um sono tremendo. Como se estivesse completamente sem energia. logo ele que sempre se gabara de estabelecer uma conversa interessante após o sexo. Olhou para a menina e viu que ela respirava tranquilamente, com os olhos semi-serrados. Tentou falar alguma coisa, ela simplesmente disse - Shhhhh.... e virou de costas, puxando a mão dele para perto do seio. Ele envolveu-a com os braços, misturou seus pés com os dela, beijou-a na nuca e adormeceram. Tranquilos.


Encontraram-se mais cinco vezes depois. O sexo era sempre assim, incrível. Mas, não combinavam no resto. Na política. Nos ideais. No gosto das roupas. Não conseguiram estabelecer uma relação. Sentem carinho um pelo outro e tesão, muito tesão. Mr HardCock, quero dizer, Karl, que é como ele se apresenta agora, já encontrou outras parceiras que o fizeram sentir isso aí de cima. Às vezes não encontra. Às vezes é apenas legal, com esforço de ambos os lados. Mas Karl não sente culpa. Ele sempre se entrega à batalha.

Mr Karl HardCock nunca havia tido um orgasmo. Até aquele dia.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

"ficar parado"


Agora alguns jovens apontam com os indicadores enormes, jogam na cara dos outros fotos de desgraças, misérias e guerras, perguntam o que você faz, quais os seus conceitos, que você tem que pensar nisso e ficar indignado. Indignação resolve? E do que adianta chorar com uma foto e ignorar mendigos na rua? Fechar a janela do carro para não ouvir uma súplica? Jogar uma moeda para não escutar uma lamentação? Não dar um sorriso e não apertar uma mão? Sim é fácil por trás do laptop que pai deu dizer que têm que cobrar as autoridades responsáveis, mas o serviço público é único responsável? Nós não temos trinta minutos por dia pra sermos voluntários em algo? Você não tem roupas velhas em casa? Você não sabe ler um livro pra alguém doente? Não pode levar uma sexta básica à uma comunidade carente? Há esqueci, isso é coisa para as autoridades e essas pequenas coisas não resolvem o problema certo? Mostrar que se importa com eles e não com o que o seu amigo pensa não é caridade? Talvez meus conceitos estejam errados, pode ser que eu esteja fazendo a coisa errada, mas pelo menos estou tentando, tropeçando e levando, tapas. Mas não vou ficar aqui sentado lamentando o mundo não mudar sozinho.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

há essas mulheres... =/


É muito estranho que nos dias atuais, em que as mulheres ocupam cada vez mais espaço em todos os setores da sociedade, e que praticamente dizimaram o preconceito com tanto custo e trabalho duro, algumas mulheres joguem tantas vitórias água-baixo, com atitudes tão simples de submissão, fico surpreendido como ainda existem moças que se entregam completamente a vontade do amante/marido, não sei ao certo, como pode essa relação de eu falo você obedece ainda dar certo, como podem ainda se entregarem tanto a um tipo de prostituição que é pior que vender o corpo a um estranho, é vender o corpo, a mente e as vontades a um marido, namorado, depois de lutarem tanto pra conseguirem direitos a trabalho e educação iguais, fico abismado, talvez, por eu, prezar tanto a minha liberdade de escolhas e achar que amar uma pessoa não é amar um ser que faça as suas vontades e sim amar as vontades dessa pessoa. E não é uma opinião machista, eu sei que muitos homens também agem assim, mas as mulheres são tão poderosas, as que sabem moldar as situações conseguem absolutamente tudo o querem sem precisar abaixar a cabeça pra ninguém e eu admiro essa força e não compreendo quando pessoas fortes se entregam.


Opinião pessoal, não leve a mal quem pensar diferente tem todo o direito.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O Lobo da Estepe


Arde então em mim um selvagem anseio de sensações fortes, um ardor pela vidas desregradas, baixas bem como um desejo louco de destruir algo, seja um armazém ou uma catedral, ou a mim mesmo, de cometer loucuras temerárias, de arrancar a cabeleira a alguns ídolos venerandos, de entregar a um casal de estudantes rebeldes os ansiados bilhetes de passagem para Hamburgo, de violar uma jovem ou de torcer o pescoço a algum defensor da ordem e da lei. Pois o que eu odiava mais profundamente e maldizia mais, era aquela satisfação, aquela saúde, aquela comodidade, esse otimismo bem cuidado dos cidadãos, essa educação adiposa e saudável do medíocre, do normal, do acomodado.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O bilhete de Aglaia


Ele caminhou longamente pelo parque escuro e enfim "encontrou-se" perambulando por uma aléia. Em sua consciência ficara a lembrança de que já passara por essa aléia, começando pelo banco terminando numa velha árvore, alta e descascada. Rememorar o que pensava ao menos nessa hora inteira que passara no parque ele não conseguiria, ainda que o quisesse... "Ah! - parou de repente, iluminado por outra idéia - há pouco ela saiu do terraço quando eu estava sentado no canto, e teve uma enorme surpresa ao encontrar-me ali e - riu tanto... e falou do chá; mas aconteçe que naquele momento ela já estava com o bilhete na mão, logo, sabia forçosamente que eu estava no terraço, senão, por que ficou surpresa.
Ele arrancou o bilhete do bolso e o beijou, mas parou no mesmo instante e ficou pensativo.
"Como isso é estranho! Como isso é estranho!" - proferiu um minuto depois com até certa tristeza: nos instantes intensos em que experimentava uma sensação de alegria sempre ficava triste, ele mesmo não sabia por quê.