quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Observou a mulher de cabelos amarelos. Ela permanecia séria e fria. Ele não a vira rir uma só vez e seu rosto controlado parecia impassível. Viu também que ela tinha alguma espécie de importância em sua mesa. Homens e mulheres tratavam-na com amistoso respeito. Ouviu então pronunciarem-lhe o nome: Sofia. Seria bela ele realmente gostava dela? Não sabia dizer. Bela era certamente no porte e no andar, até mesmo excepcionalmente bela na maneira de sentar e nos movimentos das mãos bem-tratadas. Mas o que o irritava era aquela frieza parada de seu rosto, a segurança e a imutabilidade de sua expressão, o olhar fixo como o de uma máscara. Parecia uma pessoa que tinha o seu céu e o seu próprio inferno, sem partilha-los com ninguém. Era uma pessoa de espírito aparentemente duro, inflexível, talvez orgulhoso e até perverso, mas em cuja alma deviam arder também desejo e paixão.

Um comentário:

Brisas disse...

Sofia, parece uma mulher distante... talvez até irreal...

To fuçando a vida alheia! ^^