terça-feira, 17 de junho de 2008

A velha Izerguil

Calou-se. Eu estava triste ao lado dela. Ela sonhava, abanava a cabeça e murmurava baixinho... talvez rezasse.

Do mar subia uma nuvem, negra, pesada, de contornos severos, semelhante a uma crista de montanha. Avançava rastejando pela estepe. Do cume destacavam-se farrapos que a precediam e apagavam as estrelas uma após outra. O mar bramia. Perto de nós, nos vinhedos, ouvia-se o ruído de beijos e suspiros. Na profundidade da estepe, uivava um cão... O ar irritava os nervos e as narinas, carregado de um perfume estranho. As nuvens atiravam para a terra sombras densas que rastejavam, rastejavam, desapareciam, reapareciam. No lugar da Lua apenas se mantinha uma mancha baça, cor de opala; de vez em quando, um pedaço de nuvem azulada escondia-se completamente. E no horizonte da estepe, agora negra e assustadora como se se dissimulasse ou escondesse um segredo, acendiam-se minúsculas luzes azuis. Ora aqui, ora ali, apareciam durante uma fracção de segundo e extinguiam-se, como se alguns homens esparsos pela imensidão da estepe procurassem qualquer coisa, acendessem fósforos imediatamente apagados pelo vento. Eram estranhas línguas de fogo, azuis, que faziam pensar em qualquer coisa de fabuloso.

- Estás a ver as fagulhas? - perguntou a velha Izerguil.

- As azuladas? - disse eu, apontando para a estepe.

- Azuladas? Sim, é isso... Quer dizer que continuam a voar. Eu já não as vejo. Já não posso ver muita coisa.

- De onde vêm elas? - perguntei.

Eu já conhecia relatos sobre a origem daqueles fogos-fátuos, mas queria ouvir o conto que a velha Izerguil faria sobre aquilo.

- Aquelas fagulhas vêm do coração ardente de Danko. Houve uma vez um coração que um dia pegou fogo. É dele que saltam fagulhas. Vou-te contar essa história. É uma velha lenda. Mais uma velha coisa; quantos tesouros havia nos tempos antigos, estás a ver?... E agora, nada, nem acções, nem homens, nem contos, como nesse tempo. Porquê? Responde, se és capaz. Não há resposta. Sabes lá? Que sabem vocês todos, rapazes novos? Eh, eh! Se olharem bem para o passado, verão que se encontra lá resposta para todos os enigmas... Mas vocês não olham e é por isso que não sabem viver. Achas que não vejo a vida? Vejo tudo, embora os meus olhos sejam maus! E vejo que os homens não vivem, passam o seu tempo a prepararem-se para agir, sem realmente agirem nunca; e gastam nisso toda a sua vida. Quando se roubaram a si próprios, esbanjando o tempo, põem-se a choramingar sobre o destino. Mas o que é o destino? Cada um é o seu próprio destino! Vejo toda a espécie de pessoas, mas não vejo pessoas fortes. Onde estão? E os belos homens são cada vez mais raros.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Conto para minha morte (raul)


Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...

Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Sobre a Insanidade.


A pressão se tornou uma tortura, mas uma tortura que não se podia distinguir de um voluptuoso prazer. O coração lhe batia violentamente e as lágrimas lhe chegavam aos olhos. Sentia-se à beira da loucura, mas sabia que não ia ficar louco ao mesmo que olhava para aquela nova paisagem mental da demência com o mesmo espanto e arrebatamento com que olhava para o passado, para o lago, para o céu. Aqui também tudo era encantado, harmonioso e cheio de sentido. Compreendia por que no espírito de alguns povos nobres a loucura era tida como sagrada. Compreendia tudo, tudo lhe falava e tudo lhe era revelado. Não havia palavras para isso; seria falso e inútil querer pensar ou compreender alguma coisa em palavras! Devia-se apenas estar com o espírito aberto e ficar preparado; podia-se então receber todas as coisas num interminável desfile como o da Arca de Noé; possuía-se tudo, compreendia-se tudo e a tudo ficava unido.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

autor desconhecido


Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
En não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.

Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu,fão.
Eu,fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu,piniquim.
Eu,ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu,multo.
Eu,carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.

Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

curva do rio sujo


Tomamos o rumo da ponte para novamente atravessarmos o rio. El Pan e Nemecek pedalavam com fúria as bicicletas, deixando o ar azul à sua paisagem, e eu vacilava, sentado na barra-forte da monark de Huckleberry Finn, enquanto uma chuva fina começou a cair. As gotas explodindo no asfalto da ponte eram pequenos sóis morrendo junto comigo e o final da tarde então parecia apenas o fim de tudo e não mais o monstro ensolarado e infinito de outras vezes. Quando o inimigo deu as caras à nossa espera, do outro lado, nossas bicicletas já levitavam a alguns centímetros do chão. Eu olhei para a superfície do Apa e disse a Huck: "Isto é o meu Mississipi, estes quintais de Bella Vista são os quarteirões de Budapeste para mim, mi viejo!". – Ele gargalhou e pedalou com mais vigor ainda e então pude vê-la, Basano La Tatuada, com seu chocalho de cascavel vibrando altíssimo, tão alto quanto meu coração trepidava sob as areias da margem do rio, e do buraco em meu peito saíam avencas e samambaias e o som de águas barrentas, cascatas nas pedras, os pintados e as sucuris jorrando com o manancial de dentro do lugar antes ocupado pelo meu coração e então mais uma vez desaparecíamos, eu e meus amigos em nossas bicicletas, presos àquele momento se repetindo eternamente, arrancados deste instante sem saída assim como meu coração foi me tirado sem piedade alguma no dia de nossa mais retumbante derrota, quando ainda vestíamos orgulhosos nossos uniformes azuis e a lâmina das espadas refletia o inimigo paraguaio em nosso encalço, para sempre vítimas de sumirmos por inteiro vem às vésperas de uma remota chance de vitória ou de felicidade, meu coração movendo a correnteza do rio e do tempo rumo são infinito.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Observou a mulher de cabelos amarelos. Ela permanecia séria e fria. Ele não a vira rir uma só vez e seu rosto controlado parecia impassível. Viu também que ela tinha alguma espécie de importância em sua mesa. Homens e mulheres tratavam-na com amistoso respeito. Ouviu então pronunciarem-lhe o nome: Sofia. Seria bela ele realmente gostava dela? Não sabia dizer. Bela era certamente no porte e no andar, até mesmo excepcionalmente bela na maneira de sentar e nos movimentos das mãos bem-tratadas. Mas o que o irritava era aquela frieza parada de seu rosto, a segurança e a imutabilidade de sua expressão, o olhar fixo como o de uma máscara. Parecia uma pessoa que tinha o seu céu e o seu próprio inferno, sem partilha-los com ninguém. Era uma pessoa de espírito aparentemente duro, inflexível, talvez orgulhoso e até perverso, mas em cuja alma deviam arder também desejo e paixão.

sábado, 20 de outubro de 2007

Pessoas!


Existem algumas pessoas que cruzam a vida da gente e que merecem todas as homenagens. Merecem a melhor roupa, o melhor sorriso, o melhor angulo do corpo. A mentira mais gentil, o defeito escondido, as qualidades reluzindo, a fantasia realizada. Merecem tanto e merecem tudo. Inclusive a disciplina de não pervertê-las.

O mais difícil no presente que eu dou para alguém que me mobilize a este ponto é o limite, a entrega, o recuo.

Mas o melhor mesmo na emoção que me desperta o obra prima é inspiração para o recuo. É o recuo que me faz afasta do perigo de perverter, estragar, corromper este sentimento forte e livre.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Pela manhã


Acordou calmamente com o som do cantar dos pássaros. Sentia aquele calorzinho gostoso e a maciez das cobertas, mas uma gostosa brisa com temperatura suave passou pelas costas e a fez se espreguiçar manhosamente com um bocejo arejado e os braços estendidos. Já havia se esquecido do sonho calmo que tivera, mas sabe que dormiu tranquilamente como a muito tempo não conseguia, tantos pequenos problemas dissolvidos em segundos naquela noite agitada, mal podia acreditar que ele lhe deu o telefone novo e contou sobre o termino do namoro. Sorriu de canto a canto enquanto se recordava, pulou da cama encima das pantufas e a camisola de seda flutuou no ar até a porta do banheiro. Escovou os dentes com força e ânimo, usou o fio dental, fez gargarejo e bochecho com o anti-séptico até sentir aquele ardido na garganta. Soprou o espelho e o embaçado se foi rapidamente e no espelho ficou o reflexo dos dentes brancos e o olhar aberto e sem olheiras, nossa... até os cabelos estavam de um embaraçado legal, foi radiante para o banho.

Ligou a ducha morna, a camisa caiu pelo corpo deslizou pelos seios pontudos, pela barriga lisa e pelos quadris largos, sentiu um arrepio e se abraçou, estava excitada pela vida. A água caiu nas costas e escorregou pelo corpo, de costas molhou o couro cabeludo, com os olhos fechados, deixou um pouco de água bater na fronte. Pegou o sabonete líquido e cheiro de frutas a fez respirar fundo, esvaziou o pulmão e a alma, espalhou-o pelo corpo com as mãos macias no ventre, busto e ombros, sentiu um choque na espinha que desceu da nuca ao cócix, suas mãos se abaixaram e a cabeça levantou e pensou nele, lembrou-se do corpo pesado sobre o dela em outros tempos, e do sorriso que lhe deu na noite passada, aquela boca, e os olhos negros... sentiu as pernas amolecerem e escorrer de dentro de si para os dedos todo seu prazer, encostou-se no azulejo frio, recuperou o fôlego que não sentiu que havia perdido quando deixou de respirar. Ficou mais alguns minutos sentindo a água quente, desligou o chuveiro e saiu, o dia estava apenas começando, a vida estava apenas começando, já passou por muitas coisas e ainda uma vida inteira pela frente. Hoje conseguia ver o futuro, hoje não queria que tudo acaba-se logo, por enquanto estava tudo bem.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

A última viagem (Primeira Parte)


Encostado em uma das seis cadeiras de plástico laranja que estão em fila, nota que pulando uma cadeira à sua esquerda estão um cobertor velho e uma mala de viajem suja, pensara já ter-los visto antes, mas logo notou o quão cansado estava, um cansaço mais mental do que físico. Não dormiu, e ainda não acredita que aquela noite acabou e que tudo aconteceu de novo, os mesmo erros, o mesmo sentimento de culpa e a dor de cabeça. A sua parece um grande músculo cansado, exaustado pela longa noite, o maxilar pesa e a garganta dói. Ao se sentar nota o quão duros e pesados também estavam os braços e ombros, que noite, que vontade de pedir desculpas.
Se distraiu um pouco ao notar o velhinho quase anão se aproximar arrastando a perna torta e sentar com dificuldade ao seu lado, eram dele a mala e a coberta. Cabelo liso e escorrido, branco como é típico da idade avançada, assim como a barba longa sem fazer, mas limpos, camisa de botões e magas curtas meio amarrotadas de quem parece viver na estrada ou sozinho, assim como as calças um pouco curtas demais, e as botas... estranhas botas pretas e pesadas para um manco, olhou para baixo, seu tênis novo e confortável, que valera provavelmente mais que tudo que carregava o velhinho miúdo. Pensou em tirar agora mesmo e lhe entregar, quanta alegria não iria proporcionar a ele um tênis branco, confortável e leve, ao em vez daquela botina dura. Só que não o fez, como sempre, apenas pensara em começar a se redimir de seus erros, mas sempre o instante se passava, deixava alguma desculpa tomar conta de si, e não fazia.
O velhinho acendeu um cigarro, ele gostava do cheiro, ajudava na promessa de não fumar até a próxima noite, até então havia olhado apenas com a visão periférica para aquele pequeno senhor, ao se virar para olhar o cigarro notou as rugas e o semblante ameno. Ele também se virou mas os dois não se olharam nos olhos, se cumprimentaram e responderam e fizeram perguntas banais sobre o tempo, a viajem, as estradas, tudo muito rápido, iam viajar no mesmo ônibus um ao lado do outro que coincidência estranha, nesse momento uma primeira sensação de vazio lhe invadiu a alma pela primeira vez, é difícil falar sobre o que sentiu. É mais ou menos o que se sente no primeiro segundo (que dura uma vida) quando lhe contam que alguém muito próximo seu está morto.
E essa sensação passou também, não demorou mais de um segundo e com ela veio o silêncio entre os dois. Não podia ser, estava imaginando coisas demais, lembrou de olhar as horas, se distraiu procurando na mochila o celular, ao segura-lo e ver o horário em ponto de que deveria chegar o ônibus avistou o próprio manobrando para estacionar na plataforma, fechou a mochila, colocou-a nas costas e se encaminhou para a fila que se formava, enquanto caminha teve certeza do que já sabia, estava acontecendo... que era hoje, ali, de uma forma tão simples. Sempre imaginou que seria diferente, heróico, ainda não conseguia acreditar sabia, mas ainda queria não saber, de qualquer forma era também inteligente, quando pensou em escapar, correr ou revidar sabia que para demorar tanto e para conseguir se aproximar tanto (o pequeno velho estava atrás exatamente atrás dele na fila) ... não havia saída, acabou

(continua...)

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Parabéns para mim.!


tim tirim tirim, tim tirim tirim, tim tirimmmm
My love, lua de lenda, longe, me leva lá

xD




Talvez porque ele conte suas histórias locais com a linguagem dos comuns, os trejeitos, a irreverência que esboça o que só se traduz na cultura popular.
Talvez porque eu tenha as minhas raízes no interior (e o interior nunca saiu de mim) e o burburinho, os cheiros, os sabores e as coisas das nossas províncias me falem profundo.
Talvez porque eu tenha morado em tantos lugares, sem ter sido de nenhum particularmente - aí, a saudade, quando bate, enche o peito e as lembranças das múltiplas esquinas, das gentes, do jeito como se vive "o-de-todo-dia-da-vida-da-gente"...
Talvez porque eu idealize no meu interior, aquele que nunca encontrei, mas continuo buscando. Talvez eu more a tempo demais dentro de mim mesmo, e num desses últimos redutos, sonho assentar definitivamente minha morada.

Parabéns para mim. É meu aniversário então, parabéns... por meus erros e acertos, minhas esperanças e vontades, meus sonhos e pesadelos, minhas indignações e verdades, minha vida e minha história, parabéns então para nós, por que dá minha vida você faz parte.

É isso

sábado, 18 de agosto de 2007

O segredo da minha vida

Eu abandonei a boa educação pela vida, a ela devo muito
Não li sobre atrocidades, eu segurei a faca do assassino
Não ri dos amantes, eu amei e ri e chorei, parti e fui partido
Quando segurei livros eu chorei, porque eu entendia
O que neles estava escrito, quando falam dos cheiros
Eu alimentava meu pensamento de lindas memórias
Quando falava da dor, sentia o no peito a pontada fina.
Eu não sou igual aos distintos senhores com suas línguas
afiadas e com seus conhecimentos vastos, o que eu sei,
repenso a cada dia, a cada dia noto que o que vivenciei
antes não é igual agora, mas isso não muda as coisas, não.
Eu estive lá, e lá sempre estará comigo, e assim vai ser
Amanhã saberei mais que sei menos hoje do que sempre
E compreenderei que o segredo da vida não esta aqui ou ali
Está em isso tudo.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Mr. Karl HardCock nunca teve um orgasmo


Mr. Karl HardCock era um cara legal.

Gostava de seu sobrenome. Gostava do sucesso que fazia com as mulheres. Gostava de vê-las delirando e gemendo sob/sobre ele. Sua vida era feliz.



Mas, um dia, Mr. HardCock conheceu uma menina diferente. Nada anormal não. Só que durante o sexo ela pediu um pouco mais de calma, depois um pouco mais de força, depois um outro ritmo, depois olhou nos olhos dele sem fazer nenhum escândalo e nem gritar "oh, yes", depois fez coisas que Mr HardCock nunca tinha presenciado. Mr HardCock ficou um pouco confuso, mas entrou no clima e foi tentando se habituar aos novos procedimentos. Mr HardCock já logo pensou que seria uma das melhores gozadas de sua vida. Aos poucos Mr HardCock começou a sentir desejos que nunca tinha sentido antes. Mr HardCock teve vontade de sugar a alma da menina pela boca. Mr HardCock teve vontade de fundir-se com ela. Imaginou que seria ótimo se pudessem realizar algum tipo de reação nuclear. Quando a menina puxou-o pela nuca e lhe mordeu o ombro, Mr HardCock lembrou-se de um documentário da Discovery sobre lobos acasalando. Quando a menina pediu - Me bate! - Mr HardCock sentiu-se um carrasco aplicando a sentença mais cruel do mundo. Quando Mr HardCock pediu também - Me bate! - o tapa que levou percorreu desde o abdômem, o local do impacto, até o cérebro com uma lerdeza que ele nunca havia visto antes. Pôde sentir todo o caminho dos impulsos elétricos por dentro do seu corpo. E pôde sentir que a menina parecia saber qual caminho era esse, pois o caminho percorrido por sua língua era idêntico e também elétrico.

Mr HardCock sentiu-se o homem mais poderoso do mundo durante esta transa. Mr HardCock sentiu-se o homem mais vulnerável do mundo durante esta transa. Realmente, esta seria a melhor gozada de sua vida!


O encontro entre Mr HardCock e a menina seguia oferecendo novidades. Não era nada estranho nem pervertido ao extremo. A diferença não estava no que faziam e sim no como faziam. Mr HardCock nunca entendeu o que aquela menina havia despertado nele. Parecia algum tipo de reação química entre os dois. Não era amor, nem nenhuma fantasia romântica. Mas, não podia deixar de sentir que nunca esteve tão próximo de outra pessoa quanto naquele momento. Os pensamentos de Mr HardCock não paravam no lugar.

Mas, não pensem que ele estava desconcentrado. Sabia muito bem o que estava fazendo. A menina também estava vivendo um momento interessante, pelo menos era o que seus olhos diziam, embora de sua boca saíssem alguns xingamentos e outros ruídos ininteligíveis.


E foi então que aconteceu. Mr HardCock sentiu que a ejaculação se aproximava. Bom, na verdade já fazia um tempo que a ejaculação estava aproximando-se, mas essa era a ultima aproximação, aquela que ele sabia que não iria conseguir conter. Mr HardCock avisou a menina. Ela disse apenas - Eu também. Mr HardCock então se liberou para o gran-finale. A menina também. O ritmo tornava-se algo vertiginoso. Mr HardCock assustou-se um pouco quando percebeu que não conseguia mais respirar. Assustou-se um pouco mais quando sentiu uma contração absurda no abdômem, nada que já tivesse sentido antes. Seu coração também se acelerou absurdamente. Ele reconhecia os sinais, mas desta vez parecia tudo extremamente ampliado. Em seguida, deixou de sentir as pernas, o que fez com que desabasse sobre a menina. Ela gemeu e sorriu. Um sopro de ar preencheu seus pulmões. As contrações em seu corpo começavam a diminuir de intensidade. Mr HardCock ficou um pouco preocupado, pensando que não havia ejaculado. Retirou cuidadosamente o pênis de dentro da menina e ao retirar a camisinha percebeu que tudo havia acontecido normalmente, ou pelo menos quase!

Deitaram-se lado a lado. Mr HardCock sentiu, pela primeira vez, um sono tremendo. Como se estivesse completamente sem energia. logo ele que sempre se gabara de estabelecer uma conversa interessante após o sexo. Olhou para a menina e viu que ela respirava tranquilamente, com os olhos semi-serrados. Tentou falar alguma coisa, ela simplesmente disse - Shhhhh.... e virou de costas, puxando a mão dele para perto do seio. Ele envolveu-a com os braços, misturou seus pés com os dela, beijou-a na nuca e adormeceram. Tranquilos.


Encontraram-se mais cinco vezes depois. O sexo era sempre assim, incrível. Mas, não combinavam no resto. Na política. Nos ideais. No gosto das roupas. Não conseguiram estabelecer uma relação. Sentem carinho um pelo outro e tesão, muito tesão. Mr HardCock, quero dizer, Karl, que é como ele se apresenta agora, já encontrou outras parceiras que o fizeram sentir isso aí de cima. Às vezes não encontra. Às vezes é apenas legal, com esforço de ambos os lados. Mas Karl não sente culpa. Ele sempre se entrega à batalha.

Mr Karl HardCock nunca havia tido um orgasmo. Até aquele dia.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

"ficar parado"


Agora alguns jovens apontam com os indicadores enormes, jogam na cara dos outros fotos de desgraças, misérias e guerras, perguntam o que você faz, quais os seus conceitos, que você tem que pensar nisso e ficar indignado. Indignação resolve? E do que adianta chorar com uma foto e ignorar mendigos na rua? Fechar a janela do carro para não ouvir uma súplica? Jogar uma moeda para não escutar uma lamentação? Não dar um sorriso e não apertar uma mão? Sim é fácil por trás do laptop que pai deu dizer que têm que cobrar as autoridades responsáveis, mas o serviço público é único responsável? Nós não temos trinta minutos por dia pra sermos voluntários em algo? Você não tem roupas velhas em casa? Você não sabe ler um livro pra alguém doente? Não pode levar uma sexta básica à uma comunidade carente? Há esqueci, isso é coisa para as autoridades e essas pequenas coisas não resolvem o problema certo? Mostrar que se importa com eles e não com o que o seu amigo pensa não é caridade? Talvez meus conceitos estejam errados, pode ser que eu esteja fazendo a coisa errada, mas pelo menos estou tentando, tropeçando e levando, tapas. Mas não vou ficar aqui sentado lamentando o mundo não mudar sozinho.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

há essas mulheres... =/


É muito estranho que nos dias atuais, em que as mulheres ocupam cada vez mais espaço em todos os setores da sociedade, e que praticamente dizimaram o preconceito com tanto custo e trabalho duro, algumas mulheres joguem tantas vitórias água-baixo, com atitudes tão simples de submissão, fico surpreendido como ainda existem moças que se entregam completamente a vontade do amante/marido, não sei ao certo, como pode essa relação de eu falo você obedece ainda dar certo, como podem ainda se entregarem tanto a um tipo de prostituição que é pior que vender o corpo a um estranho, é vender o corpo, a mente e as vontades a um marido, namorado, depois de lutarem tanto pra conseguirem direitos a trabalho e educação iguais, fico abismado, talvez, por eu, prezar tanto a minha liberdade de escolhas e achar que amar uma pessoa não é amar um ser que faça as suas vontades e sim amar as vontades dessa pessoa. E não é uma opinião machista, eu sei que muitos homens também agem assim, mas as mulheres são tão poderosas, as que sabem moldar as situações conseguem absolutamente tudo o querem sem precisar abaixar a cabeça pra ninguém e eu admiro essa força e não compreendo quando pessoas fortes se entregam.


Opinião pessoal, não leve a mal quem pensar diferente tem todo o direito.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O Lobo da Estepe


Arde então em mim um selvagem anseio de sensações fortes, um ardor pela vidas desregradas, baixas bem como um desejo louco de destruir algo, seja um armazém ou uma catedral, ou a mim mesmo, de cometer loucuras temerárias, de arrancar a cabeleira a alguns ídolos venerandos, de entregar a um casal de estudantes rebeldes os ansiados bilhetes de passagem para Hamburgo, de violar uma jovem ou de torcer o pescoço a algum defensor da ordem e da lei. Pois o que eu odiava mais profundamente e maldizia mais, era aquela satisfação, aquela saúde, aquela comodidade, esse otimismo bem cuidado dos cidadãos, essa educação adiposa e saudável do medíocre, do normal, do acomodado.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O bilhete de Aglaia


Ele caminhou longamente pelo parque escuro e enfim "encontrou-se" perambulando por uma aléia. Em sua consciência ficara a lembrança de que já passara por essa aléia, começando pelo banco terminando numa velha árvore, alta e descascada. Rememorar o que pensava ao menos nessa hora inteira que passara no parque ele não conseguiria, ainda que o quisesse... "Ah! - parou de repente, iluminado por outra idéia - há pouco ela saiu do terraço quando eu estava sentado no canto, e teve uma enorme surpresa ao encontrar-me ali e - riu tanto... e falou do chá; mas aconteçe que naquele momento ela já estava com o bilhete na mão, logo, sabia forçosamente que eu estava no terraço, senão, por que ficou surpresa.
Ele arrancou o bilhete do bolso e o beijou, mas parou no mesmo instante e ficou pensativo.
"Como isso é estranho! Como isso é estranho!" - proferiu um minuto depois com até certa tristeza: nos instantes intensos em que experimentava uma sensação de alegria sempre ficava triste, ele mesmo não sabia por quê.

domingo, 22 de julho de 2007

O sorriso de Karenin


Do caos confuso dessa idéia, germina no espíríto de Tereza uma idéia blasfematória da qual ela não consegue se desvencilhar: o amor que a liga a Karenin é melhor que o amor entre ela e Tomas. Melhor, mas não maior(...) É um amor desinterassado: Tereza não pretende nada de Karenin. Nem mesmo amor ela exige. Nunca precisou fazer as perguntas que atormentam os casais humanos: será que ele me ama? será que gosta mais de mim do que eu dele? terá gostado de alguém mais do que de mim? Todas essas perguntas que interrogam o amor, o avaliam, o investigam, o examinam, será que não ameaçam destruí-lo no próprio embrião? Se somos incapazes de amar, tavlvez seja porque desejamos ser amados, quer dizer, queremos alguma coisa do outro (o amor), em vez de chegar a ele sem reinvindicações, desejando apenas sua simples presença.
Mais uma coisa: Tereza aceitou Karenin tal qual é, não procurou torná-lo sua imagem, aceitou de saída seu universo de cachorro, não desejou confiscar nada dele, não sente ciúmes de suas tendências secretas. Se o educou, não foi para mudá-lo (como um homem quer mudar sua mulher e uma mulher seu homem), mas para ensinar-lhe uma linguagem elementar que lhes facilitasse a convivência e compreensão.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Lua Cheia - Chico.




Ninguém vai chegar do mar
nem vai me levar daqui
nem vai calar minha viola que desconsola,
chora notas pra ninguém ouvir
Minha voz ficou na espreita, na espera,
quisera abrir meu peito, cantar feliz
Preparei para você uma lua cheia
e você não veio, e você não quis
Meu violão ficou tão triste, pudera,
quem dera abrir janelas, fazer serão
Mas você me navegou mares tão diversos
e eu fiquei sem versos, e eu fiquei em vão

(diz que não, entra aqui arromba essa porta me renova, me inspira que por tu suspiro)

quinta-feira, 5 de julho de 2007

"Volver a los diecisiete"


Volver a los diecisiete después de vivir un siglo
Es como descifrar signos sin ser sabio competente,
Volver a ser de repente tan frágil como un segundo
Volver a sentir profundo como un niño frente a dios
Eso es lo que siento yo en este instante fecundo

Mi paso retrocedido cuando el de usted es avance
El arca de las alianzas ha penetrado en mi nido
Con todo su colorido se ha paseado por mis venas
Y hasta la dura cadena con que nos ata el destino
Es como un diamante fino que alumbra mi alma serena.

Lo que puede el sentimiento no lo ha podido el saber
Ni el más claro proceder, ni el más ancho pensamiento
Todo lo cambia al momento cual mago condescendiente
Nos aleja dulcemente de rencores y violencias
Solo el amor con su ciencia nos vuelve tan inocentes.

El amor es torbellino de pureza original
Hasta el feroz animal susurra su dulce trino
Detiene a los peregrinos, libera a los prisioneros,
El amor con sus esmeros al viejo lo vuelve niño
Y al malo sólo el cariño lo vuelve puro y sincero.

De par en par la ventana se abrió como por encanto
Entró el amor con su manto como una tibia mañana
Al son de su bella diana hizo brotar el jazmín
Volando cual serafín al cielo le puso aretes
Mis años en diecisiete los convirtió el querubín.

terça-feira, 3 de julho de 2007

"Vamos a Palermo"


Como explicar essa falta de segurança diante da amante? Não tinha razão para duvidar de si mesmo dessa maneira! Fora ela, não ele, quem dera os primeiros passos pouco depois que se encontraram. Era um homem bonito, estava no auge de sua carrera científica e era mesmo temido por seus colegas, pela ativez e obstinação que demonstrava nas polêmicas. Então por que repetia consigo mesmo a cada dia que sua amiga ia deixa-lo?
Não encontro outra explicação senão a de que o amor não era para ele o prolongamento, mas sim a antítese de sua vida pública. O amor era para ele o desejo de se entregar ás vontades e caprichos do outro. Aquele que se entrega ao outro como um prisioneiro deve antes entregar todas as armas. Vendo-se sem defesa, não pode deixar de se indignar quando virá o golpe. Posso, portanto que o amor para Franz é a espera contínua do golpe que iria antigi-lo.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

amizade e distância, traz cada recordação

●๋• [ Lucao ] ●๋• diz:
mo ruim
●๋• [ Lucao ] ●๋• diz:
suadade doce porca
●๋• [ Lucao ] ●๋• diz:
lembrei doce esses dias
●๋• [ Lucao ] ●๋• diz:
fui numa trance na praia tomei docinho fiquei doidao e lembrei doce
●๋• [ Lucao ] ●๋• diz:
huauhauhauha
- [c=0][i]rafeenha - .[/i][/c] - diz:
rsrsrsrsrs
- [c=0][i]rafeenha - .[/i][/c] - diz:
que ótimo ser lembrado por drogas
●๋• [ Lucao ] ●๋• diz:
huauhahahuahua
●๋• [ Lucao ] ●๋• diz:
mas lembrei nao das drogas...
lembrei da gente!!
BEBADO e cherado auuhauauh

uma vez só é pouco


Olhou para o céu. As estrelas estavam separadas. Sentir-se-iam solitárias? Viu então uma delas correr pelo céu. Fechou os olhou e formulou um desejo. Talvez naquele mesmo instante ele estivesse a olhar do mar aquela estrela. Ou talvez estivesse numa daquelas estrelas começando uma vida inteiramente nova.
- "Brilha, brilha, estrelinha" - murmurou ela e riu do verso infantil. Era uma tolice porque as estrelas não eram pequenas... Uma estrela era um grande sol... Ela bem sabia o que era uma estrela. Concentrou a atenção numa que estava piscando, segundo lhe parecia, para ela. Era muito brilhante, mas ela sabia que o veludo do céu estava começando a esmaecer e que a manhã em breve ia chegar. Aquela quinta-feira muito especial de junha chegava ao fim. Nunca mais voltaria. Mas uma sexta-feira muito especial começava.


Ps: não importa o quão bem graduado você tenha sido na faculdade, ou os 7 ou 8 anos de experiência em sua profissão, ao trabalhar com seu pai vai ser vez em sempre olhado como aquele garoto arteiro que não sabe nada e que ele tem que ensinar sempre. (indiferente a relações entre vocês ser boa ou não)

quarta-feira, 27 de junho de 2007


Hey Jude



Hey, Jude, don't make it bad,
take a sad song and make it better
Remember, to let her into your heart,
then you can start, to make it better.

Hey, Jude, don't be afraid,
you were made to go out and get her,
the minute you let her under your skin,
then you begin to make it better.

And anytime you feel the pain,
Hey, Jude, refrain,
don't carry the world upon your shoulders.

For well you know that it's a fool,
who plays it cool,
by making his world a little colder.
Da da da da da da da da...

Hey, Jude, don't let me down,
you have found her now go and get her,
remember (Hey Jude) to let her into your heart,
then you can start to make it better.

So let it out and let it in,
Hey, Jude, begin,
you're waiting for someone to perform with.
And don't you know that is just you?
Hey, Jude, you'll do,
the movement you need is on your shoulder.
Da da da da da da da da...

sábado, 23 de junho de 2007

esperando aviões


Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões

O ultimo dia de um condenado à morte - Vitor Hugo

"Em tudo isso, só vêem a queda vertical de uma faca triangular e talvez pensem que para o condenado não existe nada antes, nada depois... São triunfantes de poder matar sem fazer quase o corpo sofrer. Cuidado! Não é exatamente disso que está se tratando! O que é a dor física perto da dor moral?..."

sexta-feira, 22 de junho de 2007


Mais um pouco de Hesse

"No que respeitava aos outros, ao mundo em redor, sempre estava fazendo esforços mais heróicos e sérios para amá-los para ser justo com eles, para não fazê-los sofrer, pois o “Amarás teu próximo!” estava tão entranhado em sua alma como o “odiar-se a si mesmo”; assim, toda a sua vida era um exemplo do impossível que é amor o próximo sem amor a si mesmo, de que o desprezo a si mesmo é em tudo semelhante ao acirrado egoísmo e produz afinal o mesmo desespero e horrível isolamento."

terça-feira, 12 de junho de 2007

xD Primeiras Viajens

Bom, o título da primeira postagem nada tem haver com o texto ou com o meu blog, mais gosto desse livro do che que deu origem ao filme e me lembrou um bom jeito de começar algo.
Primeira postagem, vamos lá, é tão difícil começar algo nesse dia tão marcado por inicios da minha vida, 12 de junho... mais eu não quero começar falando de passado, sei que uma hora não vou resistir e desabafar aqui tudo que já me aconteçeu, sempre faço isso, tambem queria falar sobre aprendizado e vida e confiança nas coisas mais isso não se passa com textos, é uma coisa que vc sente como um luz interior algo que se renova, que te aqueçe, geralmente nos dias mais frios, no momento só posso dizer que minha nostalgia é estranhamente alegre e que essa coisa me contagiou por esse momento e agora eu não sei de futuro ou passado, agora nesse momento eu acredito nas pessoas, na evolução, eu não me preocupo com a morte ela não existe, nem com o amor ele é eterno e por tudo, é mais ou menos o que deve ter sentido buda sentado debaixo daquela formosa arvore, e eu sei que é bem diferente pois ele viveu assim o resto da vida dele e eu sei que como ser fraco e material vou deixar isso escapar por qualquer cosinha, mais o futuro não importa agora, acho que essa informação não requisitada inicial já basta. Até a proxima, xD